quinta-feira, 10 de maio de 2012

Tribuna da Bahia Online: Compras pela internet se popularizam


Comprar pela internet deixou de ser um tabu para população brasileira. A comodidade de fechar negócios sem sair de casa e ainda obter descontos consideráveis superou o medo de fornecer dados pessoais e também o risco de pagar e não receber, como atesta o microempresário e analista de sistema Antonio Fernando Ladeia, que costuma adquirir jogos de vídeogame e outros objetos por meio do comércio eletrônico. 

“Compro produtos nos Estados Unidos por menos da metade do preço que vendem no Brasil. Não tenho medo de ficar no prejuízo porque hoje em dia as políticas de proteção ao cliente final são muito rígidas. 

Costumo fechar negócios no Ebay e em alguns casos, se o produto não chegar em até duas semanas, o vendedor tem por obrigação de devolver o dinheiro ou reenviar o produto. Além disso ainda existe a política dos serviços de pagamento internacional, como o Paypal, para quem não tem cartão de crédito, o que é uma grande facilidade”.

Segundo estudo desenvolvido pela empresa de tecnologia IBM, Ladeia não é o único consumidor que abriu mão da relação direta com o varejo para efetuar compras on-line. Conforme a pesquisa, a tecnologia em avanço constante e a especialização do processo de compra e venda via internet conseguiram romper a barreira do medo e quem antes não realizava nenhuma transação virtual já se rende às facilidades deste negócio, como é o caso do administrador Lucas Damasceno. 

“Tinha receio de fazer compras pela internet, mas tem algum tempo que fiz meu primeiro negócio e vi que é seguro. Costumo comprar livros e DVD’s com descontos que não acho nas lojas físicas. Até mesmo roupa já obtive pela internet. Em época de festa então, prefiro comprar tudo em sites a encarar shoppings e lojas cheias”, disse Damasceno, que já até encomendou pela internet o presente para o próximo dia das mães.

“Não tenho tempo para sair e escolher algo. Nos sites, apenas digito o que quero, pago e espero chegar em casa. É o modo perfeito de comércio”, destacou o administrador.

Para o líder da consultoria da IBM Brasil, João Pissutto, o crescimento do número de pessoas que fecham negócios pela internet é fruto direto da evolução do próprio consumidor, que aprendeu a realizar transações de forma mais segura e a usar a internet também para ecoar os resultados dos seus negócios, seja de forma positiva ou em avaliações nada amigáveis.

“Os clientes comentam todo o instante sobre suas experiências na aquisição de produtos e serviços em sites e redes sociais, e conquistam um maior controle e influência sobre as marcas”, afirmou. 

Novos tempos – O estudo da IBM envolveu 28 mil consumidores de 15 países, incluindo 1,8 mil brasileiros. A pesquisa questionou o tipo de confiança que o mercado virtual desperta no público alvo e revelou que as pessoas estão cada vez mais dispostas a divulgar informações pessoais aos seus grupos favoritos de varejo.

Entre os entrevistados no Brasil, 55% se disseram confortáveis em divulgar nome e endereço durante as compras on-line e 41% concordam em divulgar informações sobre estilo de vida como quantidade de bens, frequência de viagens e número de filhos.

O estudo também apontou que os consumidores querem usar cada vez mais dispositivos tecnológicos para pesquisar e realizar compras. Mais de 50% dos brasileiros pesquisados preferem as compras em websites por acreditar que possuem mais variedade e oferecem preços menores, enquanto 87% gostariam de usar dispositivos móveis, como celulares, para pagar por produtos e serviços.

Conforme a IBM, a popularidade e a aceitação do e-commerce, de dispositivos móveis e de mídia social continuam aumentando, embora os clientes ainda apontem a loja como melhor forma de comunicação com os varejistas. Atualmente, as tecnologias mais utilizadas para compras digitais são websites, celulares, tablets e redes sociais.

Comércio deve crescer mais

A estimativa de crescimento para o comércio eletrônico é otimista para 2012. De acordo com pesquisa desenvolvida pelo E-bit, portal de compras pela internet, a venda de produtos on-line no Brasil deve crescer 25% em 2012 e faturar R$25 bilhões, três vezes mais do que em 2008, quando foram movimentados R$8 bilhões.

A previsão indica ainda que nove milhões de pessoas passarão a utilizar o comércio eletrônico no Brasil ainda este ano, aumentando o cenário nacional de clientes do e-commerce, composto atualmente por quase 32 milhões de pessoas.

Apesar do crescimento, o mercado virtual exige cuidados. No primeiro semestre de 2011, as fraudes em cartões de crédito somaram R$ 685 milhões, um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). 

Na lei - A regra que vale para as compras virtuais é a de que se consumidor e fornecedor estiverem estabelecidos no Brasil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) é de aplicação obrigatória, ou seja, valem os mesmos direitos sobre troca, devolução de produtos e até cancelamento de serviço com base nos critérios estabelecidos pela lei. 

O recomendado, no entanto, é que o consumidor realize transações com fornecedores que disponibilizem endereço físico na internet e mantenham canal de comunicação de fácil acesso.

Já a comprovação de relação contratual pode ser feita através de qualquer documento eletrônico, mas é dever do fornecedor informar previamente os termos do contrato e direito do consumidor imprimir os documentos como e-mails, pedido e confirmação da compra, além da cópia das ofertas. 

Dicas 

1 - Compare preços antes de comprar e busque a opinião de outros consumidores sobre o produto e o vendedor

2 - Verifique se a loja on-line informa CNPJ, telefone e endereço

3 - Desconfie de produtos com preços excessivamente abaixo da média

4 – Compre produtos para presente com antecedência

5 – Pagar com boleto bancário pode ser mais vantajoso que com cartão de crédito

6 - Escolha bem para evitar trocas

7 – Prefira comprar em lojas conhecidas e ligue para central de atendimento para checar se o telefone e o endereço disponíveis no site são reais

8 - Fique de olho ainda se possuem certificados de segurança, como Internet Segura, Site Blindado

9 - Dê preferência a lojas que oferecem vários recursos em seu site, como registro de opinião dos produtos, fotos, ferramentas para acompanhamento da situação do pedido e sistema de chat para esclarecimento de dúvidas

10 – Se possível, escolha a ferramenta Pague Seguro, que lhe garante que o dinheiro só será liberado para o vendedor quando o produto chegar

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