segunda-feira, 11 de junho de 2012

Olhar Digital: Veja como trabalham (e se divertem) os hackers brasileiros



Eles se reúnem num clube, que mais parece cenário 
de filme, no centro antigo de São Paulo. Aqui, a ideia é 
criar colaborativamente 

Em meio a uma vilinha de estilo italiano construída nos anos 1920, circundada por uma área verde que destoa e muito do vizinho Minhocão, um grupo se reúne no porão quase todas as noites para ligar fios, soldar placas e discutir linhas de código. Ao descer a escada que dá acesso à reunião, com paredes que estampam os rostos grafitados de personalidades improváveis como Lawrence Lessig – advogado que criou a licença Creative Commons – ou do matemático Alan Turing, já dá para perceber que ali embaixo se encontra uma espécie de universo paralelo. Por lá, assuntos intangíveis para a maioria da população como robótica avançada ou impressão 3D são como um simples papo de boteco.

Trata-se do Garoa, o hackerspace paulista, em funcionamento desde o final de 2010 no apertado porém aconchegante porão da Casa de Cultura Digital, entidade descentralizada que reúne diversos projetos ligados à tecnologia e que ocupa o casarão que um dia já serviu de cenário para o Castelo Rá-Tim-Bum. Criado por um grupo de desenvolvedores que queria trabalhar colaborativamente, o clube é um espaço aberto de aprendizagem sobre programação, robótica, hardware, software, música, artes plásticas, gambiarras mil e – como diz a página oficial do clube – "o que mais a criatividade permitir".

O porão do Garoa (Foto: Igor Prado / Creative Commons)

Quem explica o conceito do hackerspace é o seu atual 'chanceler supremo'Daniel Marques, um desenvolvedor que mexe com software profissionalmente e que resolveu explorar a montagem de hardware por hobby. "O hackerspace é um espaço de aprendizado para o hobbysta e para o interessado em tecnologia em geral. As histórias do hacker e da própria invenção do computador

estão muito ligadas a do hobbysta, aquele cara que começa a fuçar em um equipamento na garagem e de repente inventa alguma coisa. Na verdade, acho que os primeiros hackers eram aquelas crianças que tentavam montar os próprios trenzinhos”, brinca. "Muitos de nós já conhecíamos o conceito de hackerspace e outros já tinham até visitado alguns desses espaços fora do Brasil, como o Noisebridge (São Francisco, EUA), e com isso foi surgindo a ideia de fazermos um hackerspace brasileiro. Conseguimos esse espaço do porão e começamos a tocar pra frente". 

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