terça-feira, 14 de maio de 2013

COMPUTERWORLD: IBM e Oracle disputam sobre a velocidade de seus servidores Risc


A Big Blue contesta os testes realizados pela Oracle com a novas máquinas SPARC T5 e a alegação de que os servidores Risc da rival são os mais rápidos do mundo.

EDILEUZA SOARES


Uma guerra de números está sendo travada nos bastidores entre IBM e Oracle nos últimos dois meses. O objetivo: mostrar aos clientes qual delas possui, de fato, os servidores com chip Risc para Unix mais poderosos e capazes de oferecer melhor desempenho para processamento das aplicações de negócios das empresas.

O conflito entre ambas começou após o dia 27 de março quando a Oracle anunciou, em San Francisco (EUA), os servidores SPARC T5, equipados com processador de mesmo nome. Na ocasião, Larry Ellison e o VP de Sistemas da companhia, John Fowler, apresentaram as novas máquinas e disseram que elas vinham equipadas com o chip mais rápido do mundo. E aproveitaram para alfinetar a IBM. 

Ellison e Fowler compararam os servidores SPARC T5 com servidores Risc da IBM e apresentaram estatísticas afirmando que as novas máquinas são as mais velozes para processamento do Oracle Database e também do Oracle Middleware, com capacidade de gerar economia de 12 vezes no custo em relação ao processador IBM Power 780. 

Ainda de acordo com eles, a nova linha tem relação custo-benefício 2,5 vezes melhor em comparação ao cluster de 3 nós IBM P780, considerando os gastos de hardware e software. "O novo servidor SPARC T5-8 da Oracle tem relação custo-benefício sete vezes melhor em comparação a uma configuração semelhante do IBM Power 780 para banco de dados de servidor para servidor", enfatizou Fowler. 

Fowler acrescentou ainda que "os novos sistemas SPARC T5 e M5 superam a concorrência com desempenho até 10 vezes superior ao da geração anterior, oferecendo valor imbatível para computação empresarial midrange e high-end.” 

Reação da IBM 

A IBM reagiu imediatamente e contestou a Oracle. Argumentou que as comparações da rival são baseadas em benchmarks realizados internamente e por alguns institutos de mercado como o Transaction Performance Council, Standard Performance Evaluation Corporation (SPEC) e SAP. Segundo a empresa, o Deutsche Bank e a consultoria Ptak/Noel também questionaram as análises da concorrente.

A IBM iniciou então um trabalho na matriz, nos Estados Unidos, e também nas filiais, para confrontar os dados da Oracle e esclarecer os usuários de seus servidores, incluindo os do Brasil, sobre fatos e números. Em entrevista à Computerworld, Ana Zamper, responsável pela divisão de servidores da IBM Brasil, afirma que as comparações da Oracle não estão corretas. Segundo ela, as análises foram feitas a partir de tecnologia antiga da IBM. 

A executiva argumenta que o teste da concorrente mediu o custo-benefício do chip Power 780 com o SPARC T5. "É injusto, considerando que o processador mais novo da IBM para sistemas midrange e entry level é o Power7+, lançado no último dia 5 de fevereiro. Eles precisam comparar banana com banana", reclama Ana Zamper.

Aníbal Strianese, responsável pelas vendas da IBM Brasil, complementa que os testes da Oracle utilizaram o processador da linha Power lançada em 2010. De acordo com ele, as análises são bem diferentes quando as avaliações são entre Power7+ e SPARC T5 da Oracle. 

Os executivos da IBM dizem que as análises da concorrente omitem detalhes. Eles contestam também os critérios adotados para comparações de performance por chip, sendo que o correto, na visão deles, seria a medição do desempenho por core (núcleo de processador).

"Conseguimos os mesmos resultados mencionados pela Oracle com a metade dos processadores", garante o executivo. "Se a comparação for com a mesma quantidade de processadores, temos um ganho de performance de 30% a 50%", diz Strianese.Guerra de concorrência 

A IBM argumenta que se apoia em benchmarks auditados pelo mercado e contra-ataca a empresa de Larry Ellison. "Não é a primeira vez que a Oracle publica dados comparativos entre equipamentos e cenários cuja comparação não faz sentido do ponto de vista técnico. Somente nos últimos sete meses foram três, e eles foram obrigados a retirar anúncios comparativos que, segundo a National Advertising Division, não eram suportados por evidências. 

Para os executivos da IBM Brasil, o ataque da Oracle é "uma tentativa de emplacar a linha de servidores SPARC, adquirida da Sun Microsystems há cerca de 3 anos e melhorar sua posição no mercado de hardware". "Em 2012 a IBM teve cerca de 1200 vitórias sobre a concorrência nessa área, resultando em US$1 bi em negócios", contra-ataca a IBM.

Posicionamento da Oracle

Procurada pela Computerword, a Oracle Brasil preferiu não dar entrevista, liberando o comunicado abaixo:

“Os servidores SPARC T5 da Oracle são os mais rápidos para database, Java e aplicativos multi-tier. De acordo com dados independentes públicos da indústria, a Oracle oferece um custo-benefício 5, 7 e até 12 vezes melhor em comparação aos melhores resultados publicados pela IBM. As vantagens de desempenho e custo do SPARC T5 da Oracle são tão grandes que nem mudanças sutis nas especificações das configurações da IBM podem fazer diferença. Os clientes da IBM estão sendo extremamente cobrados em excesso pelo desempenho que estão obtendo,” disse John Fowler, vice-presidente executivo de Sistemas da Oracle.

Fonte:
SOARES, Edileuza. "IBM e Oracle disputam sobre a velocidade de seus servidores Risc - COMPUTERWORLD." Portal sobre tecnologia da informação e telecomunicações - COMPUTERWORLD. http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2013/05/10/ibm-e-oracle-disputam-sobre-a-velocidade-de-seus-servidores-risc/ (accessed May 14, 2013).

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