quinta-feira, 7 de novembro de 2013

INFO: Responsabilidade Virtual


Você já pensou qual a semelhança entre estar preso e jogar joguinhos no celular, ipad ou computador? Simples: em ambos os casos você 

Por Dorling Kindersleyperde tempo de vida. Certo? Depende da sua geração…

Digo isso porque eu sou de uma geração gamemaníaca moderada. Comecei no Atari e parei no PS2, por recomendações médicas. Mas permaneço no smartphone e no ipad, considerados drogas mais leves….

Eu jogo para me concentrar, para me entreter, para me desafiar, para me superar e até para passar o tempo, mesmo. Eu me divirto e adoro.

Mas eu enjôo de todos os jogos, invariavelmente. Especialmente quando eu começo a perder. E jogos online em que disputamos com outros jogadores do mundo são incríveis para mostrar o como somos ruins seja lá no que for…

Tenho acompanhado semanalmente vídeos sobre o GTA V (Grand Theft Auto 5) e estou muito impressionado com o realismo. Impressionantemente bem feito.

Foi quando vi vídeos de uns jogadores trollando outros em situações de cooperação: um deles chama pelo microfone um outro, pedindo ajuda e dizendo que está preso e oferece a ele dinheiro (dinheiro que só funciona dentro do jogo). Quando o jogador solicitado aparece para ajudar, o primeiro detona um explosivo plástico, “matando” o colega e destruindo seu carro.

Ouve-se, no vídeo, o jogador trolado gritando que havia gasto mais de um milhão de dinheiros (a moeda do jogo) em melhoria naquele carro que o tal engraçadinho acabara de arruinar.

Comecei a refletir sobre algumas questões. Uma delas seria sobre o prejuízo que o jogador que teve o carro destruído teve. Ainda que o dinheiro não fosse real, certamente para obtê-lo, o usuário teve que passar algumas boas horas “trabalhando” ou “roubando” aquele valor, que passou a integrar seu patrimônio virtual.

Não podemos, neste momento, recriminar o modo como o jogador obteve o dinheiro, visto que roubo e violência são parte necessária e integrante do jogo. Não huve nenhum mal social real.

A questão é: o tempo que esse jogador perdeu para “ganhar dinheiro” não tem valor na vida real? Se sim, o trolador merece ser castigado de algum modo. Banido do jogo ou até mesmo responder criminalmente.

A composição de uma personagem, sua fama e seu valor virtual, portanto, integram o patrimônio de um cidadão, usuário que tem direito de tê-lo protegido, assim como qualquer outra modalidade patrimonial.

É, aliás, isso o que faz com que marqueteiros sejam valiosos: sua capacidade de pegar um produto e agregar nele valor elevado, não é?

No mesmo sentido, quem acha que o SPAM deve ser criminalizado, usa o argumento de que os spammers furtam nosso tempo, nos obrigando a apagar, filtrar e até mesmo ler as mensagens comerciais indesejadas.

Não seria a mesma coisa? Não estaríamos entrando numa era em que prejuízos virtuais que repercutem na vida real merecem proteção? Caberia uma indenização civil pelo prejuízo?

E a derradeira pergunta: os juízes, que sequer viveram a era ATARI, estariam aptos e seriam minimamente competentes para compreender essa nova realidade a ponto de aplicarem a lei como justamente deveriam?

Como quantificar a indenização? Talvez ponderando o número de horas e minutos utilizados pelo jogador para atingir aquela quantidade de dinheiro e verificando quando vale a hora de um usuário.

Quanto você pagaria por uma hora de diversão? E por um dia? E se frustrassem toda essa diversão propositalmente?

Fonte: Toth Sydow, Spencer . "Responsabilidade Virtual." Legl RSS. http://info.abril.com.br/noticias/rede/legal/cotidiano/responsabilidade-virtual/ (accessed November 7, 2013).

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